A conferência “SOBRE+10: O Futuro da Restauração”, organizada pela Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica, abordou os rumos da restauração ecológica para os próximos 10 anos no Brasil, dentro dos desafios da Década da Restauração promulgada pela ONU. A proposta é aperfeiçoar as estratégias de restauração e contribuir para as decisões das políticas públicas relacionadas às mudanças climáticas, biodiversidade e a recomposição ecológica.
A coordenadora de Restauração Florestal e Vice-Presidente do Centro de Estudos Rioterra, Iara Magalhães Barberena, apresentou as ações e resultados nos projetos de restauração do Centro de Estudos Rioterra.
Na palestra “Florestas Produtivas: Integrando Muvuca de Sementes e Mudas Florestais para a Restauração da Amazônia”, Iara Barberena destacou o trabalho desenvolvido junto ao Instituto Socioambiental (ISA) e Redário, no Centro de Bioeconomia e Conservação da Amazônia (CBCA), localizado na comunidade Vila Nova de Teotônio, em Porto Velho (no estado de Rondônia).
Nesse projeto estão sendo testados três tipos de forma de semear a muvuca18, também conhecida como semeadura direta. (A muvuca consiste no plantio de uma mistura de sementes de espécies nativas, tentando o que seria uma reprodução natural, como método de recomposição de florestas ou outros ecossistemas).
De acordo com a pesquisadora, os experimentos de muvuca implantados têm como diferencial o plantio de entre linhas, cobertos por mudas de açaí e espécies florestais de interesse econômico e espécies de sementes de baixa germinação através da técnica da Muvuca. O projeto tem como objetivo o desenvolvimento de modelos econômicos sobre sistemas agroflorestais e a a transferência de tecnologias sobre métodos de restauração. Os resultados poderão ser replicados na região amazônica.
Entender a dimensão dos desafios da Década da Restauração lançada pela ONU, discutir práticas e metodologias, assim como articular pessoas e instituições são passos fundamentais para o avanço da restauração no Brasil.
A V Conferência Brasileira de Restauração Ecológica, foi realizada em Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), às margens do Rio São Francisco, no coração do semiárido mais biodiverso do mundo.
A Rioterra atua há 25 anos na conservação e no combate às vulnerabilidades sociais na Amazônia, no estado de Rondônia, e possui resultados práticos aplicados ao bioma amazônico que podem servir como referência para outras regiões no ecossistema.