Convenção nacional do PSDB aprova fusão com o Podemos

Em meio a uma crise de identidade e esvaziamento político, o PSDB aprovou nesta quinta-feira (5) a incorporação do Podemos à sua estrutura partidária. A decisão, tomada durante convenção nacional em Brasília, teve apoio de ampla maioria: 201 votos a favor e apenas 2 contrários. As informações são do g1.

Com a medida, o partido busca retomar fôlego após o pior desempenho eleitoral de sua história em 2022. A estratégia é se reestruturar para as eleições de 2026 e reocupar espaço no centro político, com uma nova identidade programática e força parlamentar ampliada.

Com o aval da convenção, a direção nacional do PSDB está autorizada a concluir as tratativas com o Podemos e apresentar a proposta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que deve ocorrer na próxima semana, segundo afirmou o presidente do PSDB, Marconi Perillo.

A união com o Podemos vem sendo construída há meses e é vista por dirigentes tucanos como uma resposta à perda de protagonismo da legenda. Entre os objetivos, está a elaboração de um novo programa partidário baseado em combate à desigualdade, equilíbrio fiscal, gestão pública eficiente e reformas estruturais.

Durante a convenção, também foi autorizado que o PSDB negocie alianças com outras siglas. A ideia é ampliar o espaço político e atrair novos quadros, com o argumento de que o partido busca se firmar como alternativa para eleitores que não se identificam nem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nem com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O presidente do Instituto Teotônio Vilela, deputado Aécio Neves (MG), afirmou que a nova configuração deve ser aprovada pelo TSE até outubro. Ele também disse que o partido pretende atrair filiados históricos e novos nomes, além de disputar cargos majoritários, inclusive a presidência da República em 2026.

Com a incorporação, o PSDB e o Podemos somam 28 deputados federais, o que formaria a sétima maior bancada da Câmara. No Senado, juntos passam a ter sete parlamentares, tornando-se a quarta maior força da Casa. O novo partido também poderá administrar uma das maiores fatias dos recursos públicos destinados às campanhas: R$ 384,6 milhões do fundo eleitoral e R$ 77 milhões do fundo partidário, com base nos valores de 2024.

Além disso, as regras da Justiça Eleitoral permitem que, em casos de incorporação, deputados possam migrar para o partido incorporador sem risco de perda de mandato, o que pode ampliar ainda mais a base da nova legenda.

O nome provisório da nova sigla é PSDB+Podemos, mas detalhes como governança interna e número de urna ainda estão em discussão entre os dirigentes.

O PSDB enfrenta um longo processo de enfraquecimento desde 2018. Em 2022, a sigla teve seu pior desempenho eleitoral: não lançou candidato à presidência pela primeira vez desde 1989, perdeu o governo de São Paulo, e elegeu a menor bancada de sua história na Câmara. No Senado, ficou sem representação direta.

Além disso, dos três governadores eleitos em 2022, dois — Eduardo Leite (RS) e Raquel Lyra (PE) — migraram para o PSD. O terceiro, Eduardo Riedel (MS), declarou apoio à incorporação do Podemos durante a convenção, afirmando que é preciso “fortalecer o partido”.

A principal preocupação da legenda é cumprir a cláusula de barreira em 2026, que determina critérios mínimos de desempenho para que partidos tenham acesso a recursos públicos e tempo de TV e rádio.

Fonte:www.brasil247.com

Related Articles

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Últimas Notícias